Esperança

Parceria proporciona nova oportunidade de futuro

Iniciativa formada por Câmara de Vereadores, CIEE e Juizado da Infância e Juventude oferece quatro vagas direcionadas a adolescentes institucionalizados

Carlos Queiroz -

Uma parceria entre instituições públicas vai proporcionar duas vagas direcionadas a adolescentes em situação de acolhimento institucional e as outras duas a adolescentes em cumprimento de medida de semiliberdade. A parceria, assinada entre Centro de Integração Empresa Escola (CIEE/RS), Juizado da Infância e da Juventude e Câmara de Vereadores, irá dar oportunidade a quatro jovens com idades entre 14 e 24 anos, indicados pelo Judiciário, contratados através de termos de compromisso para qualificação profissional.

Um deles é Bruno Vianna da Luz, 17, que vive há um ano e dois meses no Abrigo Municipal Filhos do Sol. "Estou bem ansioso", disse ele ao Diário Popular. Nesta terça-feira, após realizar a assinatura do contrato, demonstrava empolgação para iniciar os trabalhos no dia seguinte, na Bibliotheca Pública Pelotense. Em vias de fazer 18 anos, em outubro, quando precisará deixar a casa para morar em uma república, agora terá a tranquilidade de ganhos garantidos. "Vou conseguir me manter. [O salário] vai me ajudar bastante. Fiquei bem feliz." Além de Bruno, os dados da Secretaria de Assistência Social (SAS) apontam que atualmente Pelotas conta com outros 77 jovens em abrigos.

Ele é o mais velho de cerca de dez adolescentes que habitam o local. Agora, comemora ser também um exemplo para os demais. "É um lugar que me ajudou bastante. Só tenho a agradecer", ressalta. Ele também reforça a importância desse tipo de acolhimento, para impactar na vida de jovens vindos de lares. "Ajuda muito. A palavra que define é a esperança deste emprego."

Bruno ainda relembra a necessidade da oportunidade para mudar a vida de alguém, sem preconceitos. "A gente sente [a exclusão], mas é importante olhar com outros olhos, os olhos do coração." Em vias de terminar o Ensino Médio, o próximo passo é aproveitar a oportunidade de seguir uma carreira, ainda em dúvida sobre a área de Letras ou Enfermagem.

O papel das instituições
"São adolescentes em situações diferentes, mas a oportunidade beneficiará a todos", destaca a juíza da Vara da Infância e da Juventude, Alessandra Couto de Oliveira. Quanto aos adolescentes que estão em acolhimento, diz esperar que essa oportunidade os motivem a ingressar no mercado de trabalho, lhes dê mais autonomia, pois como não têm o apoio da família, precisam mais do que qualquer outro jovem um meio de subsistência ao completar 18 anos.

Já sobre os adolescentes que estão em cumprimento de medida socioeducativa, a vaga como jovem aprendiz será uma prática ressocializadora, que possibilitará novas perspectivas de vida. Ela relembra também a necessidade de outras empresas abraçarem iniciativas similares, já que a Câmara de Vereadores irá disponibilizar o curso e o local para o trabalho, mas a bolsa deverá ser alcançada por empresas locais.

No mesmo sentido, o presidente da Câmara de Vereadores, Marcos Ferreira, o Marcola (sem partido), destaca que o papel pioneiro de um órgão público deve servir de exemplo aos outros e à iniciativa privada. "Eles ainda têm a vida pela frente", analisa. Já o gerente do CIEE/RS, Lourenço Guimarães, aponta o custo operacional baixo para esse tipo de atitude e abre as portas da instituição para traçar novas parcerias. "Eles precisam de oportunidade", finaliza.

 

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